Sobre Ser

Há um mês acontecia o Prêmio ACIF Mulher, um verdadeiro encontro de histórias onde a diversidade só enriquece e o reconhecimento de uma é igual ao sucesso de todas.

PRÊMIOS

Confesso que nunca me imaginei participando de eventos assim e, em menos de dois anos já estive em dois, ficando entre as finalistas! Não escrevo isso pra me gabar, mas pra reforçar a principal razão de ter iniciado este texto: a vontade de compartilhar com todo mundo como é bom saber que estou cumprindo meu propósito. Desta forma encaro eventos como estes (prêmios, cerimônias de reconhecimento) apenas como um sim para isso tudo que estou vivendo de forma particular e, junto com a minha família.

COMO OS NOSSOS PAIS

Tem um significado especial escrever isso agora, dias antes de completar 40 anos! Certa vez uma amiga querida disse que esta é uma fase especial da vida, de estabelecermos um “distanciamento” ou uma “diferenciação” entre nós (os de 40) e os nossos pais. É quase como se até aqui minha jornada fosse muito parecida com a deles, porém, o autoconhecimento e o amadurecimento conquistados até este momento formaram uma “base” segura onde eu posso escrever outra história, a minha história.

40 ANOS

É óbvio que eles sempre farão parte dela, afinal eu sou os meus pais. Mas hoje, minha experiência comprova que desde meados dos 37 anos, algo “estranho” acontece comigo. Doído e libertador, incômodo e de extremo prazer: a alegria de encontrar o meu lugar. Não tem nada a ver com “rebeldia”, essa fase confusa eu vivi, bem vivida, lá na adolescência – ela está mais conectada com um grupo, ou a turma que eu me identifiquei lá trás.

Aos 40 a jornada é mais solitária, com menos ruídos de fora... O barulho, as dúvidas surgem e se resolvem aqui dentro. Agora a palavra que me vem é “autonomia”, como se eu mesma estivesse me entregando uma carta branca para enfim ser quem eu sou e, se eu tiver coragem, compartilhar com as pessoas a minha volta, ou ir além delas... construir pontes, muitas pontes, para que a Nicole seja.